domingo, 10 de fevereiro de 2013

Brilhe, diamante!

 

     Eis me aqui, assentado numa véspera de aniversário a proferir algumas palavras que a quem interessar possa, muito têm a dizer.

     Eis me aqui novamente afligido por amores platônicos. Mas será que é platônico mesmo? Prefiro acreditar que só o é para que contribua com o teor poético do texto. Afligido estou pela doce figura da moça bonita, tal como aquela cantada por Geraldo Azevedo. Já disse algumas vezes por aqui, pareço até romântico, mas sou apenas prático - demais, por vezes -. Relendo alguns dos escritos anteriores, percebi que tão somente hoje pude sentir exatamente o que os textos pretendiam passar ao leitor e foi interessante me colocar na posição de meu próprio leitor, confrontando os dizeres a cada linha, diante dos meus próprios relatos.

     Eis que ela surgiu de repente, durante o meu singelo pedido de socorro aos quatro cantos, aos que por misericórdia se compadecessem. E ela o fez. Confesso: Estarrecido fiquei. Alguns fatos se sucederam desde o ocorrido que brevemente relatei acima, mas hoje sou eu que posso e tenho o direito de usar uma citação que traduz meus últimos dias: "O egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar." Coisas do maluco beleza, que deve descansar em paz em algum lugar.

     Chega a parecer paradoxal que alguém com tamanha resignação há alguns dias esteja na posição de ser egoísta dessa forma. É um prazer ser egoísta assim. Talvez um dissabor para você, que não sabe mais o que esperar de mim e tampouco encontra caminhos alternativos pra me despistar, pois o caminho parece se encurtar a cada conversa, a cada troca de mensagens, de pedidos e até clamores, tal como um singelo presente de aniversário que comentei há poucas horas antes deste escrito. Eu sempre me atraí pelos casos mais complexos. Talvez menos que você, eu entenda um pouco sobre o universo fantástico que é a mente humana. Não cheguei a estudar os comportamentos, prefiro descobrir à minha moda... deixo os olhares acadêmicos para ti e acredite: O fazes com maestria. Se pedisse para que me descrevesse de acordo com os ideais dos teus preferidos autores, estaria certo de que não haveria exercício mais fiel e certeiro de descrição que o seu.


     Vou continuar curtindo a sua perturbação. Seus casos não-resolvidos, pendentes. Seus sentimentos que pra mim ainda se fazem presente de forma misteriosa. Continuarei sendo o que estás a ver, ainda que pareça resignação demais a algo que por ti talvez seja só mais um período onde um ser humano cruzou seu caminho... o problema é que pra mim, eu cruzei, voltei e finquei meu lar em frente a uma portinha que não sei onde vai dar. Tô pagando pra ver.

     Enquanto o seu sorriso de que tanto falo, sua energia e áurea sublime que se emana e me invade enquanto juntos e todas as outras coisas que são tão particulares a você e à nossa relação estiverem presentes, sendo alimentadas por um pequeno e mísero fio de esperança, verás em mim um forte, brado e retumbante soldado da linha de frente, o primeiro a dar a cara à tapa, porque para ele existe um propósito, uma razão muito maior do que o simples risco de se machucar e não conseguir salvar sua pátria. Existe algo maior que tudo isso e está dentro de mim, só não sei até quando pois talvez a continuidade dependa também de você.

    Como costumo dizer, sou apenas um contador de histórias. Mas essa eu quero escrever com você, um ser tão profundo e complexo quanto eu. No mínimo será uma história maluca ou quem conheça não tenha consciência da nossa lucidez, porque ela é só nossa.

     Lição disso tudo: Discordo piamente de que apenas o acaso estende as mãos para quem procura abrigo e proteção. Você provou o contrário.


Trilha sonora para leitura

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Se não por amor



     Se não por amor, por que então? Por quais outros motivos eu me debruçaria sob a mesa do computador a fim de proferir palavras que protagonizarão algo que poderia ser chamado de paradoxo incompreensível. Incompreensível porque somente por amor é possível entender essa espécie de caçada de gato e rato.

     Se não por amor, por que eu teria de viver em plena labuta comigo mesmo em meio às discordâncias dentro do nosso relacionamento, dentro das maneiras mais pessoais de se encarar o mundo e por que não, de sobreviver a questionamentos outros que você bem sabe. Vamos pormenorizar esse antagonismo em fatos, como o da eterna - enquanto isso acontecer - pulga atrás da orelha reforçada por uma péssima sensação de inércia sem chances de cessar a respeito do seu amigo próximo, que tem de você os maiores e mais absurdos caprichos. Sempre estive longe desses ditos privilégios que, pra mim não passam de uma falsa compreensão sobre como as coisas realmente são, é abraçar uma causa sem mergulhar no interior dela, sem tentar esmiuçar a situação com um olhar maduro, crítico, sensível eu diria. Puro ufanismo? Seu lado feminino me deixa falar melhor a respeito.

     Cheguei a um ponto em que não me cabe julgar as suas atitudes. Na verdade nunca me coube tal prática. Me cabe assistí-las e compreendê-las - ou não - visando um resquício de amadurecimento. Sim, amadurecemos até naquilo que nos parece trivial. Me pergunto até quanto viverei neste aprendizado repetitivo e a única resposta que obtenho por agora é simples: Enquanto houver amor.

     Se não por amor, por que então? Se não pelas deliciosas lembranças do teu cheiro que fica impregnado no meu travesseiro após todas as noites que passas do meu lado? Começo a achar portanto, que preciso destruir esse modelo regrado que talvez eu tenha criado na minha cabeça e devo deixar que você o remolde, aos seus traços, gostos e aí sim seus caprichos. É na calada da noite que deixo por aflorar esses mais sinceros dizeres que por vezes tento te dizer sem sucesso ou sem reciprocidade esperada, não por culpa minha, nem sua, mas talvez porque ainda não criamos essa intimidade intelectual, compreende? Talvez não, mas se ler o parágrafo mais uma vez é possível entender a sacada, eu o fiz e logrei sucesso.

     Há muito do que você ainda não sabe e talvez nessa e nas próximas leituras dos meus escritos que você fizer, vais conhecendo esse meu lado mais perturbado, expressivo, doce e... seu. O grande mistério é descobrir a receita pra você descobrir o meu lado "seu". Mistérios só existem porque muitas dúvidas cercam determinada situação que não nos dá fontes suficientes pra creditarmos veracidade pra alguma coisa. Receio que não haja receita, nem eu mesmo sei do que sou, só sei que pus algumas sonatas de Mozart e já estou na segunda xícara de café seguida só enquanto digito essas palavras pra você. Convenha: Todas elas ditas num telefonema com a mais audível das vozes não te traria a mesma sensação que você sente agora, descobrindo um novo horizonte a cada linha que se termina, mas prometo não me prolongar com mais dizeres. Tá chegando a parte boa.

     Devemos padecer pelas dificuldades, nos resignarmos às más inclinações e fazer tudo com muito amor. Enquanto no meu peito esse sentimento tão nobre como o amor ainda existir quando me recordo a tua pessoa, prometo continuar sendo esse projeto de escritor fajuto que organiza umas palavrinhas e chama de texto. Prometo também continuar te chamando de princesa, mas prometa que não abandonará nosso principado, porque há muita nobreza ainda por conquistarmos. Agora vou ficando por aqui, com as lembranças mais doces de você, seu cheiro já não figura tão presente no meu travesseiro, mas tenho certeza como 2+2 são quatro, que você está aqui dentro, fazendo parte do meu teatro dos sonhos, que será a mais bela princesa desse teatro quando eu for me deitar e por fim fechar meus olhos num descanso profundo alimentado por um amor que você me dá e nem sabe o quão imensurável é.

     Pra tentar ilustrar um pouco à sua moda, aqui te deixo um vídeo de uma cena do filme "Sr & Sra Smith", você já deve ter visto e bem sabe que é um casal bastante... opostos, por assim dizer. O que não importa tanto, já que o que mais quero é que você assista à bela cena e atente seus ouvidos para a maravilhosa balada do Joe Strummer, num balance suave da bela música latina "Mondo Bongo". Um dia ainda dançaremos juntinhos, sem esquecer - é claro - de um bom drink para nos apimentar um pouco mais: Mojito?



     Beijos.

sábado, 9 de junho de 2012

Rearview Mirror

     Sometimes, you just have to leave it all behind.

     Foram 6 meses e mais 8 dias desde o início de 2012 até o presente momento. Aquele velho jargão de que passou voando vem bem a calhar. Mudou o jeito de pensar, ver e agir. Não por decorrência meramente repentina, mas tem me acontecido um turbilhão de experiências das mais diversas nos campos do convívio social.

     Muitos foram os acertos - por vezes nem pensados - e novos enganos. Deu pra conhecer novos lugares, novas pessoas, diferentes culturas. Tem sido uma fase realmente interessante, onde cada dia reserva algo que surpreende de alguma forma. Boas novas nas relações interpessoais, no parecer musical, no campo moral e por que não no amoroso? Só pra não deixar de ser romântico.

     O hábito de frequentar a livraria mais próxima a fim de encontrar uma boa leitura ainda é costumaz, assim como a inseparável companhia do violão nos momentos mais inspiradores do meu eu, onde acabo por soar puramente melódico, os resultados tão suaves quanto um número de Mozart ao piano. Uma sonata. Aqueles momentos mais perturbadores à la Beethoven no auge da genialidade cercada de auto-flagelo, revolta, incompreensão, fúria e afins também acontecem, em menor escala, é verdade, mas acontecem. E por falar no caro Ludwig, recomendo sua biografia escrita no excelente pocket por Bernard Fauconnier.

     Voltando ao que eu chamaria de retrospectiva semestral, este escrito, até aqui, tem uma espécie de auto-narrativo embutido, que lança factóides dos últimos meses fazendo um apanhado do que foi realmente interessante e o que não vale o esforço de lhes contar. Pessoas vieram e se foram. É também de costume nos meus escritos, perceber uma relação entre os períodos que há uma pessoa que de certa forma me envolve e o fato de eu publicar algo por aqui. Deve ter imaginado que esse ano a coisa tá feia ou andei mesmo jogando o querido blog ao desleixo. Ledo engano. Coincidências existem mesmo, acreditem.

     Prometi a mim mesmo ser breve no meu retorno ao querido aposento de escritor do meu blog, ainda mais no que se refere a um escrito auto-narrativo. Eu, assim como vocês, também gosto de me entreter com tramas, mas sou um contador de histórias, afligido muitas vezes por amores platônicos, pelo terror de uma consciência misteriosa e, enfim, pelo mais que certo desejo de não submeter meu caráter indomável à ameaça da mediocridade.

     Em tempo...
"Não há linguagem que possa exprimir o que se encontra tão acima da simples afeição. Somente em música." (Ludwig van Beethoven)

     Pt saudações.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Não seja mais um

     

     Numa sociedade insana, em tempo, sem olhos de ver e ouvidos de ouvir, o prejuízo no inconsciente dos que fazem a atual geração é e continuará sendo intenso. Tudo porque somos treinados para sermos lógicos e objetivos. Não desenvolvemos quaisquer habilidades para lidar com o território da emoção.

     Pouco a pouco, deixamos nossa condição de seres humanos únicos para nos tornarmos órgãos doentes que, por consequência, precisamos nos submeter aos exames e não ao diálogo. Assim mesmo, tudo tecnicamente, lógico, objetivo, seco. Hipócrates, pai da medicina, se remoeria em seu túmulo se soubesse que uma das mais belas e importantes ciências está se submetendo ao cárcere da economia de mercado.

     Certa vez ouvi um diálogo interessante retirado de um áudio-book do Cury, relatando um factóide ocorrido durante uma aula de anatomia. Era uma sala com diversas mesas alvas de mármore, nas quais 12 corpos estavam deitados, rígidos, com o peito e a face voltados para cima. Os corpos seriam objeto de estudo para a vasta turma caloura do curso de medicina, que conhecera ali pela primeira vez, a realidade nua e crua do sentido da vida. Era o espelho da existência humana. Vislumbraram que a vida é tão vasta e ao mesmo tempo tão efêmera, tão complexa e tão frágil.
     Dado início às atividades na aula, o professor - notável médico com diversos artigos publicados em revistas de renome internacional - se viu interrompido diante de um aluno que subitamente levantou a mão, por vezes ignorado durante todo o discurso do professor, até que este resolveu lhe conceder a palavra.
     - Qual é o nome das pessoas que vamos dissecar? perguntou o aluno.
     Obviamente, num torpe balbucio de reprovação, o professor proferiu algo do tipo: "Sempre há algum estúpido na turma. Esses corpos não têm nome!"
     Em meio ao constrangimento do aluno perante seus colegas de turma, ainda lhe sobrou intrepidez e determinação para emendar:
     - Como não têm nome? Eles não choraram, não sonharam, não amaram, não tiveram amigos, não construiram uma história? Como vamos penetrar no corpo de alguém sem saber nada sobre sua personalidade? Isso é uma invasão!
      O professor retrucou e, por vezes, abusou da sua autoridade dentro da sala em severos discursos constrangedores para o aluno, que se calou.

      Sempre procurei refletir até diante de factóides como esse e tenho a ligeira impressão de que SEMPRE há um preço a pagar para os que querem pensar. Na vida é muito mais confortável silenciar-se, seguir o cortejo e ser mais um na multidão. Todavia, o conforto de calar-se nos acarreta uma dívida imensurável com nossa própria consciência.
     Temos de fazer uma escolha. Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O mal não existe

    
     Estive teclando com um amigo a respeito de certos conceitos que são comuns pra muita gente, no tocante a existência ou não de uma entidade que, meticulosamente, nos induz ao mal, seja na sua prática ou na simples necessidade de acreditar que ele existe.

     Não há seres criados para o mal, definitivamente, como seria a teoria do "Diabo" ou "Satanás". O que existem são pessoas (e aqui não faço distinção de encarnados ou desencarnados) que são extremamente ignorantes e apegadas aos instintos egoístas, como se ainda fossem animais a correr nas savanas. Estes seres podem dar a impressão, quando se manifestam, que são ou foram criados assim por Deus, mas não o são de fato. Eles estão assim, mas serão inevitavelmente conduzidos ao progresso, através das Leis Divinas de evolução, que determina que TODOS devem progredir. Obviamente alguns caminham mais depressa, são mais disciplinados, utilizam seu livre-arbítrio da melhor forma, ao passo que outros tentam retardar sua marcha ao progresso, até que a dor vem cumprir o seu papel, levando-os ao crescimento interior. Um dia TODOS seremos luzes, seres purificados, representantes diretos do Criador e condutor de seres menos evoluídos no caminho da perfeição, a que todos estamos destinados. É por isso que não existem demônios, no sentido teológico da palavra.

      Sobre as manifestações dos espíritos, eu penso que todos os povos, religiões e culturas indiretamente mencionam isso. É preciso entender o contexto, o nível intelectual e a situação de cada povo, à sua época.
      Por exemplo, a doutrina socrática em muitos pontos se assemelha à doutrina espírita. Ele se refere aos espíritos como os "damons", e existem muitos conceitos ali, especialmente os morais, que poderiam sem nenhum problema ser considerados como precursores do Espiritismo, bem como do Cristianismo.
      Eu também não me admiraria de que os gregos interpretassem muitos de suas comunicações com os espíritos como comunicações de deuses, a lhes falar de forma simbólica e cheia de metáforas.
      Sobre os santos e os demônios mencionados no Catolicismo, reconhecemos a manifestação do que existe de melhor e do que existe de pior no ser humano. O que falta é a existência dos níveis intermediários, pois se há seres humanos evoluidíssimos (os chamados "santos"), não faltam criminosos a lhes fazer número.

      É interessante observar os fenômenos genuinamente espíritas e dar-lhes outra significação que não a manifestação legítima das individualidades que até pouco tempo ocupavam os corpos de carnes. Para citar um caso bem típico, a obra de Chico Xavier é um exemplo incontestável da manifestação dos espíritos entre nós. Centenas de livros foram publicados por um ser que pouco estudo tinha (para não dizer semi-analfabeto), em ritmo alucinante até para o escritor mais brilhante e inteligente, descrevendo cenários e informações históricas, culturais, filosóficas e científicas de que ele nem fazia idéia. Isso sem mencionar as milhares de cartas endereçadas aos parentes dos desencarnados, trazendo detalhes muitas vezes desconhecidos pelos mesmos parentes, sendo descobertos posteriormente e como prova incontestável da manifestação da individualidade daquele ser que partiu, mas que continua VIVO.

      Tudo isso não pode ser ignorado. Eu participo de reuniões mediúnicas (aquelas em que os espíritos se manifestam, tanto os instrutores quanto os necessitados) há algum tempo, e eu já vi e ouvi coisas que apenas confirmam tudo que leio e aprendo com o Espiritismo. Não é questão de dizer que acredito em Espíritos, pois é fato que eles existem. Sua individualidade, com toda carga de humor, emoção, vitalidade, sentimento, inteligência e tudo aquilo de complexo que compõe um ser humano, sua história e sua personalidade, tudo isso fica patente ao conversar com algum deles. Ainda mais quando trazem informações objetivas, claras, precisas, que somente podem ser confirmadas à posteriori, mostrando a ignorância do médium a respeito daquele conteúdo complexo transmitido. O inconsciente humano não tem esse poder de criar um ser que já se foi, com tudo o que ele sabe e sente, ainda mais quando o médium não conhece este ser. E isso não acontece de forma rara ou isolada... É fato corriqueiro, acontecendo em profusão nos milhares de Centros Espíritas espalhados pelo mundo, e mesmo nos templos e reuniões promovidas por outras religiões ou culturas, e em todas as épocas da humanidade. A comunicação mediúnica sempre ocorreu, respeitando sempre o contexto, a cultura e a peculiaridade de cada povo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Maluco Beleza





A noite com sons do maluco beleza me deixou maluco beleza. Entender o seu caso tem sido um verdadeiro desafio pra mim, mesmo com a bagagem de casos parecidos, o que só me escancara a verdadeira singularidade de cada caso. Cada caso é um caso. Teria sido um caso? E se caso fosse um caso?


Nada é por acaso, e essa certeza faz com que nos deparemos com adversidades dos diversos tipos. Situações embaraçosas, muitas vezes incompreensíveis. Muitas vezes também, ouvimos palavras desagradáveis, nos decepcionamos com o que menos esperamos. Devo admitir que fui e estou sendo posto à prova. Assim, de repente, sem nenhuma explicação ou mesmo um processo circunstancial gradativo, que pudesse culminar no que é hoje.


Nos posicionarmos de modo que estejamos sempre preparados para as situações deste mundo de provas e expiações talvez seja o mais correto, circunstancialmente falando. Mas por que passar por tudo isso se temos o lívre-arbítrio e, indo mais além, o conhecimento das verdades eternas? Engana-se aquele que credita a segurança e tranquilidade sobre as adversidades ao simples fato de deter um arsenal de saídas para o problema. É preciso muito mais do que isso.


"The clothesline of cold eyes is washing away the face before
Now tell me what's wrong, you see everyone's gone. You gotta do your best to decorate this dying' day." 
(Shannon Hoon na música "Soup", Blind Melon)


Se engana quem acha que a alegria de viver vem principalmente das relações humanas. Deus colocou-a a nosso redor. Está em tudo que possamos experimentar. As pessoas apenas precisam mudar a maneira como olham para essas coisas. É impressionante como os seres humanos conseguem se machucar uns aos outros. E como é difícil perdoar algumas coisas que consideramos mais profundas. Contudo, tudo isso se torna minúsculo diante de momentos cruciais da nossa existência.



Lembrem-se: O importante não é ser forte, mas se sentir forte.




Vídeo com belas imagens do show da banda Cachorro Urubu, no 10º Tributo a Raul Seixas realizado no último sábado (20/08). Inesquecível.


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pearl Jam: O impossível mais possível


 
"On this trip he's taken for a ride
He's been taking too much on
There he goes with his perfectly unkept clothes
There he goes... [...]"



      E aí vou eu. Sem eira nem beira. Impecavelmente descuidado numa viagem a passeio.

     Nunca fui muito de alimentar sonhos impossíveis tão somente pra inflar o ego e tê-los como meta traçada a fim de dar um sentido nessa longa jornada que temos a cumprir. Gosto dos sonhos possíveis. Nada de se prender à materialidade. 
     
     Eis que em meados de Fevereiro deste ano, nos burburinhos daqueles blogs sem muita credibilidade de informações, se deram por iniciados os primeiros rumores de que a melhor banda do mundo passaria por terras tupiniquis novamente, tendo há poucos dias atrás, a confirmação oficial de que realmente estarão aqui em novembro. Êxtase.

     O descuido impecável tem uma razão e o risco não será em vão, como em tudo na vida. Um sentimento de sintonia, preenchimento de um vazio existencial, fruto de todas as mazelas do plano físico, é totalmente excluído enquanto meus ouvidos entram na mesma vibração que as melodias do Pearl Jam. 

     A trilha sonora preferida para as madrugadas, embalo para a maioria dos meus escritos, modelo perfeito para a tradução impecável do que é sublime, lúdico e bonito. Vertentes que correspondem a cada graveto da imensa ramificação proporcionada por um som vasto, multifacetado e único.

    Quem nunca bebeu aquele vinho tinto sem lembrar do "Take a bottle, drink it down, pass it around" de Crazy Mary? Quem nunca perdeu um amor e se viu cantarolando versos de Last Kiss? Não são apenas uma das bandas mais ativistas e politicamente engajadas que temos hoje, é um conceito que transcende qualquer tentativa de definí-los com palavras-chave.

    Somados os discos criativos, a simpatia e os shows memoráveis, não é preciso dar mais detalhes dos motivos pelos quais nós fãs colocamos a banda entre as mais respeitadas do mundo na atualidade, tudo isso regado a sentimentalismo, entrega e espírito artístico latente até mesmo nos pequenos detalhes, seja na maestria do vocal de Eddie Vedder, na explosão da bateria de Cameron, nos solos mirabolantes do Mike ou na serenidade de Jeff e Stone. Todos simplesmente sobem ao palco, fazem a jam e vão embora. Sem show-bizz, sem pirotecnia.


     O fato é que estes caras de Seattle estão vindo ao Brasil em novembro e finalmente poderei fluidificar todos esses sentimentos e até mesmo o que não é exteriorizado, em uma oportunidade única de puro êxtase, realização e felicidade em sua plenitude. Até lá, uma longa espera cheia de ansiedade, mas com a certeza absoluta de que cada segundo daquela noite será compensador e marcante pro resto da vida.

Eddie Vedder cantando "Man of the hour"

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