quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O mal não existe

    
     Estive teclando com um amigo a respeito de certos conceitos que são comuns pra muita gente, no tocante a existência ou não de uma entidade que, meticulosamente, nos induz ao mal, seja na sua prática ou na simples necessidade de acreditar que ele existe.

     Não há seres criados para o mal, definitivamente, como seria a teoria do "Diabo" ou "Satanás". O que existem são pessoas (e aqui não faço distinção de encarnados ou desencarnados) que são extremamente ignorantes e apegadas aos instintos egoístas, como se ainda fossem animais a correr nas savanas. Estes seres podem dar a impressão, quando se manifestam, que são ou foram criados assim por Deus, mas não o são de fato. Eles estão assim, mas serão inevitavelmente conduzidos ao progresso, através das Leis Divinas de evolução, que determina que TODOS devem progredir. Obviamente alguns caminham mais depressa, são mais disciplinados, utilizam seu livre-arbítrio da melhor forma, ao passo que outros tentam retardar sua marcha ao progresso, até que a dor vem cumprir o seu papel, levando-os ao crescimento interior. Um dia TODOS seremos luzes, seres purificados, representantes diretos do Criador e condutor de seres menos evoluídos no caminho da perfeição, a que todos estamos destinados. É por isso que não existem demônios, no sentido teológico da palavra.

      Sobre as manifestações dos espíritos, eu penso que todos os povos, religiões e culturas indiretamente mencionam isso. É preciso entender o contexto, o nível intelectual e a situação de cada povo, à sua época.
      Por exemplo, a doutrina socrática em muitos pontos se assemelha à doutrina espírita. Ele se refere aos espíritos como os "damons", e existem muitos conceitos ali, especialmente os morais, que poderiam sem nenhum problema ser considerados como precursores do Espiritismo, bem como do Cristianismo.
      Eu também não me admiraria de que os gregos interpretassem muitos de suas comunicações com os espíritos como comunicações de deuses, a lhes falar de forma simbólica e cheia de metáforas.
      Sobre os santos e os demônios mencionados no Catolicismo, reconhecemos a manifestação do que existe de melhor e do que existe de pior no ser humano. O que falta é a existência dos níveis intermediários, pois se há seres humanos evoluidíssimos (os chamados "santos"), não faltam criminosos a lhes fazer número.

      É interessante observar os fenômenos genuinamente espíritas e dar-lhes outra significação que não a manifestação legítima das individualidades que até pouco tempo ocupavam os corpos de carnes. Para citar um caso bem típico, a obra de Chico Xavier é um exemplo incontestável da manifestação dos espíritos entre nós. Centenas de livros foram publicados por um ser que pouco estudo tinha (para não dizer semi-analfabeto), em ritmo alucinante até para o escritor mais brilhante e inteligente, descrevendo cenários e informações históricas, culturais, filosóficas e científicas de que ele nem fazia idéia. Isso sem mencionar as milhares de cartas endereçadas aos parentes dos desencarnados, trazendo detalhes muitas vezes desconhecidos pelos mesmos parentes, sendo descobertos posteriormente e como prova incontestável da manifestação da individualidade daquele ser que partiu, mas que continua VIVO.

      Tudo isso não pode ser ignorado. Eu participo de reuniões mediúnicas (aquelas em que os espíritos se manifestam, tanto os instrutores quanto os necessitados) há algum tempo, e eu já vi e ouvi coisas que apenas confirmam tudo que leio e aprendo com o Espiritismo. Não é questão de dizer que acredito em Espíritos, pois é fato que eles existem. Sua individualidade, com toda carga de humor, emoção, vitalidade, sentimento, inteligência e tudo aquilo de complexo que compõe um ser humano, sua história e sua personalidade, tudo isso fica patente ao conversar com algum deles. Ainda mais quando trazem informações objetivas, claras, precisas, que somente podem ser confirmadas à posteriori, mostrando a ignorância do médium a respeito daquele conteúdo complexo transmitido. O inconsciente humano não tem esse poder de criar um ser que já se foi, com tudo o que ele sabe e sente, ainda mais quando o médium não conhece este ser. E isso não acontece de forma rara ou isolada... É fato corriqueiro, acontecendo em profusão nos milhares de Centros Espíritas espalhados pelo mundo, e mesmo nos templos e reuniões promovidas por outras religiões ou culturas, e em todas as épocas da humanidade. A comunicação mediúnica sempre ocorreu, respeitando sempre o contexto, a cultura e a peculiaridade de cada povo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Maluco Beleza





A noite com sons do maluco beleza me deixou maluco beleza. Entender o seu caso tem sido um verdadeiro desafio pra mim, mesmo com a bagagem de casos parecidos, o que só me escancara a verdadeira singularidade de cada caso. Cada caso é um caso. Teria sido um caso? E se caso fosse um caso?


Nada é por acaso, e essa certeza faz com que nos deparemos com adversidades dos diversos tipos. Situações embaraçosas, muitas vezes incompreensíveis. Muitas vezes também, ouvimos palavras desagradáveis, nos decepcionamos com o que menos esperamos. Devo admitir que fui e estou sendo posto à prova. Assim, de repente, sem nenhuma explicação ou mesmo um processo circunstancial gradativo, que pudesse culminar no que é hoje.


Nos posicionarmos de modo que estejamos sempre preparados para as situações deste mundo de provas e expiações talvez seja o mais correto, circunstancialmente falando. Mas por que passar por tudo isso se temos o lívre-arbítrio e, indo mais além, o conhecimento das verdades eternas? Engana-se aquele que credita a segurança e tranquilidade sobre as adversidades ao simples fato de deter um arsenal de saídas para o problema. É preciso muito mais do que isso.


"The clothesline of cold eyes is washing away the face before
Now tell me what's wrong, you see everyone's gone. You gotta do your best to decorate this dying' day." 
(Shannon Hoon na música "Soup", Blind Melon)


Se engana quem acha que a alegria de viver vem principalmente das relações humanas. Deus colocou-a a nosso redor. Está em tudo que possamos experimentar. As pessoas apenas precisam mudar a maneira como olham para essas coisas. É impressionante como os seres humanos conseguem se machucar uns aos outros. E como é difícil perdoar algumas coisas que consideramos mais profundas. Contudo, tudo isso se torna minúsculo diante de momentos cruciais da nossa existência.



Lembrem-se: O importante não é ser forte, mas se sentir forte.




Vídeo com belas imagens do show da banda Cachorro Urubu, no 10º Tributo a Raul Seixas realizado no último sábado (20/08). Inesquecível.


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pearl Jam: O impossível mais possível


 
"On this trip he's taken for a ride
He's been taking too much on
There he goes with his perfectly unkept clothes
There he goes... [...]"



      E aí vou eu. Sem eira nem beira. Impecavelmente descuidado numa viagem a passeio.

     Nunca fui muito de alimentar sonhos impossíveis tão somente pra inflar o ego e tê-los como meta traçada a fim de dar um sentido nessa longa jornada que temos a cumprir. Gosto dos sonhos possíveis. Nada de se prender à materialidade. 
     
     Eis que em meados de Fevereiro deste ano, nos burburinhos daqueles blogs sem muita credibilidade de informações, se deram por iniciados os primeiros rumores de que a melhor banda do mundo passaria por terras tupiniquis novamente, tendo há poucos dias atrás, a confirmação oficial de que realmente estarão aqui em novembro. Êxtase.

     O descuido impecável tem uma razão e o risco não será em vão, como em tudo na vida. Um sentimento de sintonia, preenchimento de um vazio existencial, fruto de todas as mazelas do plano físico, é totalmente excluído enquanto meus ouvidos entram na mesma vibração que as melodias do Pearl Jam. 

     A trilha sonora preferida para as madrugadas, embalo para a maioria dos meus escritos, modelo perfeito para a tradução impecável do que é sublime, lúdico e bonito. Vertentes que correspondem a cada graveto da imensa ramificação proporcionada por um som vasto, multifacetado e único.

    Quem nunca bebeu aquele vinho tinto sem lembrar do "Take a bottle, drink it down, pass it around" de Crazy Mary? Quem nunca perdeu um amor e se viu cantarolando versos de Last Kiss? Não são apenas uma das bandas mais ativistas e politicamente engajadas que temos hoje, é um conceito que transcende qualquer tentativa de definí-los com palavras-chave.

    Somados os discos criativos, a simpatia e os shows memoráveis, não é preciso dar mais detalhes dos motivos pelos quais nós fãs colocamos a banda entre as mais respeitadas do mundo na atualidade, tudo isso regado a sentimentalismo, entrega e espírito artístico latente até mesmo nos pequenos detalhes, seja na maestria do vocal de Eddie Vedder, na explosão da bateria de Cameron, nos solos mirabolantes do Mike ou na serenidade de Jeff e Stone. Todos simplesmente sobem ao palco, fazem a jam e vão embora. Sem show-bizz, sem pirotecnia.


     O fato é que estes caras de Seattle estão vindo ao Brasil em novembro e finalmente poderei fluidificar todos esses sentimentos e até mesmo o que não é exteriorizado, em uma oportunidade única de puro êxtase, realização e felicidade em sua plenitude. Até lá, uma longa espera cheia de ansiedade, mas com a certeza absoluta de que cada segundo daquela noite será compensador e marcante pro resto da vida.

Eddie Vedder cantando "Man of the hour"

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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Nada é por acaso

    


     A vida tem leis perfeitas que determinam o equilíbrio do universo. Ela criou o homem com destino à felicidade, mas determinou que esta conquista fosse feita com esforço próprio, a fim de que o homem valorizasse suas vitórias.

      Deus criou o homem simples e ignorante, mas colocou dentro de seu espírito, como uma semente, tudo quanto precisa para desenvolver sua consciência, evoluir e alcançar a felicidade.

      Tudo na vida depende do modo como você olha. Todas as situações têm vários lados. São suas crenças que vão determinar como você vai lidar com elas. Agora, as leis cósmicas são perfeitas e vão agir com a verdade, independentemente das ilusões.

      A vida nunca pune. Ela ensina do seu jeito. Sinaliza de diversas formas, tenta advertir as pessoas provocando situações nas quais ela pode perceber a verdade, mas para os resistentes, que se acomodam e não querer mudar, ela permite que colham os resultados de seus enganos para que aprendam o que já estão maduros para saber.

      Conhecer e aplicar as leis cósmicas significa ir pela inteligência e sofrer menos. Quem percebe os primeiros avisos da vida retifica seu caminho e vive melhor.

      Nos dez mandamentos estão as normas gerais, mas cada um interpreta de acordo com suas crenças. Por isso a tantas religiões, e muitos se equivocam por meio delas, enveredando pelo fanatismo. As leis universais são sábias, perfeitas. Visam o equilíbrio do universo e ao progresso do homem. Agem com amor e sabedoria.

      Observando a vida, Ela nos fala por sinais e prende-se experimentando. É preciso estar atento. Um acidente, um fato desagradável, pode ser uma advertência. Uma desilusão é a visita da verdade tentando restabelecer o equilíbrio.

      É valorizar a falta em vez de agradecer o que já tem. É viver relacionando o que falta. Aí sempre há uma passividade, em a pessoa não acreditar que merece coisa melhor ou não é capaz de progredir. A pobreza tem vários aspectos e age em cada um de acordo com suas necessidades.

      Para os acomodados, os depressivos, os que se julgam menos e até os que acreditam que ser pobre é ganhar o céu, a vida vai apertando o cerco, tornando a situação cada vez mais difícil, para provocar uma reação que as obrigue a rever suas crenças e procurar novos caminhos.

      É preciso olhar além do que parece. Há pessoas instruídas, com boa escolaridade, que não conseguem nem se sustentar, enquanto outros sem nada disso, têm uma vida melhor. Claro que a instrução é importante, mas não é tudo. O mais importante é saber aproveitar as oportunidades. Se você observar a vida de uma pessoa que obteve sucesso em todos os aspectos perceberá que ela nunca perdeu uma boa oportunidade. Nunca teve medo de ousar, de mudar e procurar aprender.

      Com vontade de progredir financeiramente uma pessoa pode fazer coisas erradas. Como avaliar?
     Ao analisar uma situação, devemos perguntar: essa atitude vai trazer beneficio para todos os envolvidos? Se a resposta for sim, pode aceitar sem medo. Caso contrário, se prejudicar alguém, não aceite.

     Certa vez, quando tive a oportunidade de ler o livro "Nada é por acaso" (Zibia Gasparetto), tudo que já fora referendado acima se traduziu perfeitamente nas entrelinhas dos perfeitos capítulos que o livro nos mostra. Da mãe estéril, um filho do coração - espécie de slogan do título. Os chamados da vida, sinais que muitas vezes se dão por inexplicáveis e as demais situações totalmente inusitadas mas que, com um pé fincado na razão e explicação espiritual nos guia da melhor maneira possível a fim de buscarmos um melhoramento intrínseco, possível e vislumbrado, são todos explanados com maestria durante toda a história, transformando o livro numa deliciosa experiência que nos dá fome de leitura.

    Que as quintas-feiras na fraternidade espírita Joanna De Ângelis continuem fluidificando o amor como referencial maior, a fim de direcionar todos aqueles que fazem parte e também os que nem imaginam do que se trata o que ali se discute, à uma plenitude de maturidade, sabedoria e consciência à luz da doutrina espírita. Além de servir como inspiração pra textos do meu querido blog. (rs) Sem esquecer, é claro, de recomendar este maravilhoso livro de Zibia Gasparetto, "Nada é por Acaso".

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Amizade Multicolor



 Trilha sugerida para a leitura.
Sabe o que acho legal? Que podemos ficar juntos, sem obrigação efêmera de se desejar, só ouvindo Pearl Jam.
     Por falar em tico-tico no fubá, transa garantida, "amigos, amigos, sexo faz parte", relacionamento aberto, amizade colorida, admito, tenho uma amiga colorida. Multicolor, pra ser honesto. Tudo preto no branco. Bem transparente. Nada cinza. Quando um precisa do outro, chama e dá uma.

     Dá um passeio no parque em dia ensolarado, dá uma ouvida nas crises do outro, dá uma carona para fazer as compras do mês, dá uma olhada no ruído da máquina de lavar. Dá uma direção sobre a melhor oferta de trabalho, dá uma passada na locadora pra ver se chegou o último com o Johnny Depp, na padaria pra ver se tem o sonho de goiabada, dá uma opinião sobre o melhor sapato, brinco e vestido.

      Não sei como funciona a de vocês, mas a nossa é assim: vamos juntos ao show do Paralamas, sou o par na formatura da irmã, o abraço consolador no casamento da amiga, quem dorme de conchinha num dia frio, quem aquece a sala com a presença monossilábica, quem limpa as lágrimas sujas de algum babaca, quem derruba café na mesa, fuma um cigarro na janela, vai buscar absorvente, almoço e amoxilina.

     Ela é quem provoca risos com suas neuras por qualquer inseto voador. É quem primeiro lê meus textos, quem sabe que gosto de café, quem diz que a música que cantei é linda, passa na livraria e traz o clássico que paquerei na vitrine naquele fim de tarde, me dá opinião quando sei ouvir.

      Sabe o que acho legal? Que podemos ficar juntos em qualquer lugar, sem obrigação efêmera de se desejar, só ouvindo Pearl Jam como dois bons amigos. Parece mesmo maluquice conviver tanto e não transar, dar uma. Ela é sexy feito a Angelina Jolie e eu inteligente, engraçado e humilde tal o Woody Allen. Perfeito.

      Quem sabe a gente tente um dia, com paralela segurança de entrar um no outro sem espernear pra ficar lá dentro pra sempre, se depois nenhum inquietar-se em não sentir o cheiro por dez dias, se ninguém ficar entre o "ligo-não-ligo", se isso não virar uma amizade dolorida. Pra dar uma de verdade, há outras opções, é verdade. Amizades incolores, por exemplo. Mas dessa vez eu quero fugir à regra.


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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Para outro lugar

  
"A arrogância do coração é atributo dos homens de bem; a arrogância de modos é atributo dos imbecis. "
( Charles Pinot Duclos ) 


    Foram minutos discutindo sobre um amor do qual não quero mais fazer parte, com a doce intenção de sepultar um mal-estar desnecessário. Suas palavras, mesmo em alto e bom português, parecem não mais falar minha língua. Eu poderia muito bem gritar igualmente, se você não estivesse tão cega. Tenho um segredo pra lhe contar: seus heróis também têm defeitos, todos eles escondidos atrás do sorriso no comercial de TV a cabo.

     O ferimento em si não dói e nem doeu tanto quanto ver sua intenção em me ferir. Palavras tão pequenas de quem parece não ter mais nada a perder, somente um fadário de coisas a dizer, sempre antes de pensar. Que dissabor.

     Percebo que não importa mais onde eu esteja, preso num quartinho sem idéias ou caminhando livre na chuva, já não adianta sonhar, se em todo amanhecer preciso olhar no espelho e dizer para mim mesmo que aqui é o lugar.

     Todos os seus gritos me deixam com a impressão de que estou sempre atrasado, ou pior, que já estive nessa por tempo demais. Vou acabar ficando rouco diante de discursos formais, de tanta diplomacia, que dirá quando a solidão se manifesta tão necessária.

     A partir de hoje, só o que for muito, muito leve, bonito e fácil. A grande maioria desiste. Eu, só estou abrindo mão. Concordo contigo, também aconteceu comigo: o meu coração partiu. Para outro lugar.
                             -

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vai um café?


    
Um dos produtos brasileiros por excelência, o café é parte chave de nossa história, de nossa economia e do nosso dia-a-dia.

    Já me vem sendo de costume todas as noites, apreciar o bom e velho cafezinho. Seja o descafeinado - aquele que conseguimos ver o fundo da xícara -, o expresso tradicional ou o capuccino, que pode ser daqueles industrializados, que vêm enlatados e perdem feio para aqueles que algumas cafeterias preparam, com todo um sabor cremoso que lhes são únicos.

    Fui criado rodeado de pessoas viciadas em café e nunca entendi muito bem o motivo para o sagrado café da noite. Era tão indiferente àquilo que hoje me surpreendo quando me pego tomando o mesmo café sagrado da noite. Não sei, às vezes só o amadurecimento nos remete a um poder de percepção mais aguçado, que nos permite mergulhar nas sensações a fim de compreendermos a essência dos pequenos gestos. Tomar café é um deles.

    Café este que é genuinamente brasileiro. Quem não se lembra daquela aula de história, quando o professor batia tanto na tecla no café no interior de São Paulo? Um dos produtos brasileiros por excelência, o café é parte chave de nossa história, de nossa economia e do nosso dia-a-dia.

    Tomamos café em casa, na padaria, na cafeteria, no trabalho e na casa dos outros; no café da manhã, depois do almoço e no lanche. Para alguns, como eu, é motivo de orgulho; para outros é puramente corriqueiro.

    Sinto falta da valorização do nosso café. É brasileiro por excelência mas ainda assim consegue se render ao way of life americano. Tenha dó. Brasileiros são bobos. Todos, em especial os endinheirados, pois não tem bobo maior que aquele que se acha esperto. Uma das provas de como somos bobos é nossa necessidade de validação no âmbito internacional, exemplos abundam: se fizermos um intercâmbio, temos mais chances de conseguir um emprego em uma grande empresa; se estudamos em uma faculdade estrangeira, todos se impressionam; todo ano achamos que vamos levar o Oscar de filme estrangeiro; se um músico nacional toca no Central Park, só pode ser porque ele é muito bom, certo? Hmm, mais ou menos.

     Claro que há entidades das mais diferentes esferas que, independente de nações, têm uma qualidade ímpar e servem de parâmetro por merecimento. Mas fama não é sinônimo de qualidade. E é nesse ponto que chego ao tal de Starbucks.

    Não que a qualidade do café chegue a ser ruim, mas é evidente a afronta que o Starbucks provoca num país que orgulha-se do papel do café na própria cultura. Não existe uma tradição nacional - por cultura - de hambúrgueres, assim sendo, podem vir quantos Burger King's couberem. 

    Existem produtos nacionais dos quais devemos nos orgulhar, e cada um de nós, querendo ou não, nos encontramos em um deles. Nunca fui ufanista, mas sempre gostei do café. Esse é o meu time. Mas depois de tomar conhecimento de fato sobre como funciona a loja, confesso que esteja um pouco aliviado, considerando a mediocridade do produto, combinado com o preço (salgado) praticado. Me parece que se o Starbucks realmente colar, será por causa dos mais bobos, aqueles que têm dinheiro e acham que são espertos.

    Vai um café? (C)


sábado, 14 de maio de 2011

Pessoa certa


Assim como na TV, existem milhares de pessoas certas, não se engane, ainda chegarás ao infortúnio de encontrar a sua.
    Sabe quando mulher diz o oposto do que quer? Era só eu dar um apertão mais afincado naquela parte interna da coxa pra ela me sair com aquela clássica. Não vai escrever sobre isso, hein? Hein? Hein? Vai, né? Eu sei que vai. Não vou, pessoa certa.
    O "não vou", eu pensava enquanto meu sorriso amarelecia concordante, com o indicador e o polegar naquele movimentinho tipo "saquei a piada". Escritor, nós aqui, pessoa certa, apertão na virilha, escrever sobre isso. Saquei, saquei. Rá-rá. Ai, ai, pois é. Não, não vou. Coisa chata.

     Eu havia certamente encontrado a pessoa certa depois de me debater durante uns três invernos e uns dois verões. Como eu sabia? Eu não tinha a menor vontade de escrever sobre. Pessoa certa, quilos a mais, textos a menos. A fórmula que sempre acreditei. Meu indicador de felicidade interna bruta. Coisa chata.

     Não tinha erro, era a pessoa certa. Quando dava dez da noite, o telefone tocava de modo que já era costumaz. Voz doce e paciente. Não tinha erro. Pessoa tão certa que nem parecia uma mulher, era uma nora já feita. Bem resolvida, bem sucedida, de bem com o corpo, com a mente e com a vida, mantinha o ciúme, as angústias, os fricotes em cativeiro. Sabe gente que de tão perfeita chega a ser chata? Assim, geometricamente paradoxal mesmo. A pessoa certa pra mim e pra vender adoçante na TV. Essa última frase eu disse uma vez e prometi também não publicar.

     E quando resolveu me dar? Na condição de que eu não escrevesse sobre o fato uma vez consumado. Por quê? O que vai rolar fora de lugar? Nada, ué. Só sexo. Aquela coisa, torce, retorce, rola daqui, pega dali, conchinha pra um lado, um minuto, conchinha pro outro, outro minuto, por cima, por baixo. Nem um tapa na cara solto durante o sexo, um pronome depreciativo. Tipo "Seu puto desgraçado, gosta de me traçar, né?" Que isso, pessoa certa?  Educada por irmãs carmelitas, o que vão pensar? Deixa esses jargões do cais pra suas negas, meu bem. Até "negas" ela me deixaria ter. Perfeita. Coisa chata.

     Nem um errinho de nada. Então escrever sobre o quê, criatura de deus? Me diz. Como escrever sem vírgulas ou pontos de interrogação? Me diz. Nem um ódiozinho? Sim. Mas não aquele de cor avermelhada, que dá pano pra manga. Apimenta textos e a relação. Um ódio transparente, franco, sincero. Não uma máscara de uma infindável fonte de amor, sexo e minúcias sórdidas. Ódio mesmo. Uma raiva. Como levantar segunda-feira, sabe? Perto dela, toda hora era o despertar de uma segunda-feira. Dá uma bitoquinha aqui. Mas não escreve sobre isso, tá? Não vou, mulher, não vou!

     Estamos sempre atrás da pessoa certa, aquela de novela das oito, loucos pra tomar água-de-côco com vista pro mar. Assim como na TV, existem milhares de pessoas certas, não se engane, ainda chegarás ao infortúnio de encontrar a sua. Prepare-se para dias de absoluto fastio. O signo certo. Fala as coisas certas. Com as atitudes certas. Usa pijama pra dormir, come frango à passarinho de garfo e faca, não pula carnaval, gosta de Cecília Meirelles e fala "belíssimo" e nunca "horrores". Tudo no lugar, dentro do contexto.

     E o pior: a pessoa certa sempre chega na hora certa, sabe que é a pessoa certa, encaixa em nossos planos e traz consigo toda aquela felicidade que chega pra ficar. Principalmente quando achamos que é daquilo tudo que precisamos. Mas o mundo é incerto e estranhamente a pessoa errada sempre funciona melhor. Pra todo mundo é assim, o que dirá pra quem vive de histórias.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Novas mensagens



Eu tinha a nobre intenção de estar agora te ligando pra dizer que amo você, seu sorriso perfeito, seu jeito de menina do interior perdida na metrópole, sua forma de encantar sem querer, mas diante da sua secretária eletrônica, só posso falar do quanto te odeio. Justamente porque a culpa por eu não estar amando alguém, e feliz por alguém, é unicamente sua. Parabéns, se você se orgulha tanto disso quanto de ser uma mulher que sabe jogar com as palavras e criar ótimas matérias fotojornalísticas...

Droga.

9-2-5-7-5-4-9-3

Olha, escuta isso, você devia parar de ser tão controlada e deixar pelo menos uma vez o coração vencer no seu corpo, ou usar um dos seus manequins pequenos, se largar no sofá de pernas abertas, no calor do meu abraço, num encaixe suave. Porque não se pode voltar atrás. Ok, você pode negar o chamado, o acaso, a chance, o que for, mas depois que você passa a olhar a fisionomia da outra pessoa de uma forma diferente e ternurenta, é como se você atravessasse uma ponte retrátil...

Céus.

9-2-5-7-5-4-9-3

O que eu queria te dizer, Princesa, bem, você deve me achar tolo, assim, declarando todo meu amor por tudo que você é após todos esses bipes, como se sua secretária eletrônica fosse um cúmplice, e provavelmente me achando um cara babaca e imaturo, que telefona enchendo o saco com apenas uns goles, mas o que eu queria mesmo te dizer é que o mundo é das pessoas imaturas, porque só elas têm coragem de se jogar sem medo, porque, como os loucos, são pessoas com passaporte pra errar. E todos os nossos erros são como impressões digitais que deixamos nas paredes cinzas e sujas dessa cidade...

Poxa.

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Pode rir da minha cara, com razão. Mas eu estou muito mais próximo do amor que você e toda essa gente que você venera, e contará sobre isso pra gargalhar uma fria noite inteira. Mas eu vou te lembrar que essa negação gera sequelas, uma ansiedade típica de quem não viveu a própria vida. Não quero você como aquelas pessoas maledicentes, fãs de rivotril, que escondem atrás do riso uma raiva de quem conseguiu se entregar, incomodados com quem não economiza clichês, pessoas desinteressantes e com cara de frustrada, fracas por dentro...

Saco.

9-2-5-7-5-4-9-3

Princesa, sei lá, não sei o que anda mais difícil: ser eu, ou nós. Sabe, às vezes te amo por livre afeto, outras por uma necessidade forçada, mas na maioria das vezes, por mera reação química. Seu cheiro denso de cravinas que fica nos cabelos do meu braço por uma semana e meia. Eu acho que esse parentesco de perfume é nossa grande vantagem, faz com que, de algum jeito encantador, uma pessoa rara sempre reconheça outra rara no meio de tudo. Como se fosse...

Putz.

9-2-5-7-5-4-9-3

Uma coisa você pode ter certeza: vou cobrar cada promessa que você não me fez. É tão triste e comum as pessoas, mesmo que inconscientemente, desejarem amor sem presentear em troca o mesmo sentimento. O amor é uma via de mão dupla, mas por ora me sinto numa estrada cheia de placas para o purgatório, um lugar cheio de zumbis buscando redenção dos amores que esqueceram de viver, como aquele filme do Kubrick, sabe? Coadjuvantes que passaram todo tempo sorrindo pela metade...

Coitados.

9-2-5-7-5-4-9-3

Não quero perturbar, você deve estar cansada, talvez eu dê uma volta na rua, pensar sobre isso, não sei. Por enquanto estou aqui, de bobeira, imaginando como seria você aqui, forçando pra não esquecer sua fisionomia porque eu realmente acho que o sentimento perde viço quando a gente não consegue lembrar o rosto. Ouvindo aquela do Pearl Jam, sabe? Porque as canções de amor são como marca-páginas da nossa vida, como se ela fosse um livro, e deus sabe o quanto eu lamento que nossa história esteja passando em branco...

Caramba.

9-2-5-7-5-4-9-3

Ok. Pela última vez: Sou eu a pessoa que você tanto não procura.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Young Girl

 

    Um recado pra você. Chegou a hora de revirar tudo pelo avesso. Você já teve sinais o bastante pra perceber que tudo isso é verdadeiro. Não adianta mais achar que está sendo persuadida. Revire pelo avesso. Seu coração está preso e clama por liberdade. Dê a ele uns dias de folga. Sei que é só o centro da própria atenção. Quer um violino de presente pra representar e encaixar no seu verso?

"Young girl, violins, center of her own attention
Mother reads aloud, child tries to understand it
Tries to make her proud."

    Preciso saber exatamente o que está acontecendo. Ou você se revela ou a validade do seu mistério vai se expirar, como todos os outros. Às vezes tenho tanta certeza que prefiro brincar com as perguntas a ater-me ao comodismo da certeza absoluta. É medo? É vontade? É uma piada? Arrisque.

    O máximo que você pode encontrar é só um mar de sinceridade, ornamentado com barquinhos que navegam por ele; cada barquinho é um plano que deseja ser realizado. Vigiado por fiéis e altivos coqueirais que transmitem a segurança de uma certeza que você pode contar.

    Seja você. Não seja você ontem e só ontem. Não fale que o mundo é tão azul assim se no dia seguinte ele volta a ser negro pra você.

    Princesa eterna, seja bem vinda. Prometi não esperar mais nada, mas teimoso que sou, ao menos espero que as boas vindas sejam recíprocas. To be continued...

   
  

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Entrevista com a banda Fórcepz (SP)

                                                        

    Um mundo de bandas independentes que buscam reconhecimento à altura do próprio trabalho. Sem a ajuda de grandes gravadoras e/ou selos que permeiam o universo do mainstream.
Foi nesse mundo que pude encontrar a banda Fórcepz.

    Iniciada em 2006, na zona leste da capital paulista, a Fórcepz já tocou em várias casas do Rock paulista como: Formigueiro, Splash, Fofinho, Manifesto, Cerveja Azul e outras. Com a gravação despretensiosa de um ensaio, surge o primeiro CD demo: InDEMOnização de 2007. Com ele a Fórcepz inicia seu trabalho de divulgação na internet, que resultou na participação da Batalha de Bandas OiNovoSom/SWU, realizada no Estúdio Emme, no dia 10/09/2010, que valia uma vaga para o Festival SWU. A Fórcepz também foi finalista em outros festivais: em dezembro de 2010, do Arnette Garage Festival e em janeiro de 2011, do Ares Rock Festival. Essas experiências renderam boa repercussão à banda que hoje, na sua 3ª formação, trabalha com mais afinco e profissionalismo do que nunca.

    O rock da Fórcepz é caracterizado por uma peculiaridade costumaz para bandas do estilo mór dos idos anos 90. Grunge. Um grunge que passa pelo punk, metal, hard rock, post punk e pop. Têm como influência em se tratando de bandas, algumas como: Pearl Jam, Alice In Chains, Nirvana, Soundgarden, Radiohead e muitas outras.

    Roy (voz e guitarra), Wesley (baixo) e Rafa (bateria) formam o o trio de integrantes.

    E é com grande satisfação que vos publico uma entrevista realizada por mim com o vocalista da banda Fórcepz, Rodrigo Soares (Roy)




Eu: Visto que vocês já possuem um CD Demo gravado, de 2007, é natural sabermos a quantas anda um possível projeto para um álbum completo, de fato. O que a Fórcepz está planejando a respeito disso?

Roy: Nossa demo de 2007 foi uma gravação bem descompromissada, é um trabalho que ajudou bastante na nossa divulgação na internet, mas o resultado final não me agrada muito, soa meio amador. Nossos esforços estão voltados para a gravação do nosso primeiro EP, e queremos fazer o melhor trabalho possível, estamos atentos a timbres de voz, insrumentos e demais recursos. Desejamos lançar esse EP no segundo semestre de 2011.




Eu: Nas bandas que você citou como influências para a Fórcepz, o Radiohead é uma delas. Recentemente o Radiohead lançou um disco totalmente gratuito na web. Vocês lançariam um disco de graça na web?

Roy: Sim, achamos a iniciativa do Radiohead excelente, as bandas sempre ganharam mais com shows do que com vendas de discos/CD's. Certamente há mais pontos a serem discutidos, pois há um lado injusto em alguém realizar um trabalho e não receber nada, mas para a banda de trabalho autoral e independente como nós, o download gratuito é uma ferramenta a nosso favor.




Eu: Fale-nos um pouco sobre o nome da banda: quem teve a brilhante idéia?

Roy: Rs. Eu. Minha banda anterior se chamava Gauche, por causa de um poema do Carlos Drummond de Andrade, mas ninguém pronunciava correto e a explicação é de que é um termo francês que significa esquerda e que representa ser contra uma porção de coisas na nossa sociedade soava muito panfletária. Eu nasci de parto fórceps, é um nascimento, o surgimento de algo novo, de forma extremamente visceral, acho que combina perfeitamente com nossa proposta músical.





Eu: Uma pergunta que costumo fazer: Vamos supor que, minutos antes de subir ao palco, papeando no balcão de um bar, alguém dissesse que nunca ouvira falar da Fórcepz, e pedisse para que vocês se descrevessem, o que diriam?

Roy: Power-Trio de Rock Grunge/Alternativo, fortemente influenciado por Nirvana e Smashing Pumpkins; Rock Nacional dos anos 1980; mais doses cavalares de Punk e Black Sabbath. Ou um bando de doidos sem muita noção do que fazemos, mas mesmo assim fazemos com amor! Rs




Eu: Até que ponto a fidelidade às "raízes" e aos fãs atuais seria conflitante com uma possível ascensão ao sucesso mediante uma certa "concessão" para a mídia?

Roy: O termo Grunge já trouxe algumas discussões, usamos o termo pois o consideramos um facilitador, ao invés de explicar que fazemos um crossover de hard rock, punk, metal e melodias pop, usamos o termo grunge. E sobre fideliade, somos mais fiéis aos nossos principios, tenho várias críticas ao comportamento humano e profissional de artistas que admiro. E acho que nosso trabalho é tão sincero e intenso que caso alguém com ligações no mainstream queira trabalhar com a gente, fica muito óbvio para ele/ela que com a Fórcepz não rola essa de concessão, ou a pessoa curte mesmo, do jeito que a gente faz, ou procura outro artista.




Eu: Receio que por hora vocês estejam tocando ao vivo somente no Estado de SP; alguma previsão de excursionar Brasil afora? Por outro lado, como suas músicas são cantadas em português, não existe um projeto no sentido de tentar a sorte lá fora, estou certo?

Roy: Já apareceram convites para tocar em Pernambuco, Brasília, Rio e Paraná, o problema é conciliar a vida de músico com a de trabalhador comum. Estamos nos esforçando para que quando lancemos o EP, todos consigam pelo menos quinze dias de férias juntos, ai então sairemos de São Paulo. E quanto a tocar fora do Brasil, seria um sonho, temos contatos com bandas da Argentina, provavelmente ainda tocaremos lá, e outros lugares depende muito da recepção que nosso trabalho tenha lá fora, seria necessário uma estrutura de divulgação maior do que a dispomos hoje, espero conseguir isso. Rs




Eu: Como você vê o cenário brasileiro atual?

Roy: Ruim. Há várias bandas excelentes, mas o pessoal abriu mão dos espaços (rádio, TV), só a internet já está bom, ai fica tudo tomado por bandas muito ruins. Precisamos de mais iniciativa, no sentido de querer ter visibilidade, não é se vender, é querer mostar seu trampo com honestidade para o maior número de pessoas possível, não vejo nada de errado uma banda Punk ou de Metal ser bem sucedida, tocar em rádio, na TV/MTV, há vários fãs que vão chiar, mas essa sindrome de underground tem que ser superada, o importante é música boa conseguir espaço, artistas de verdade imprimirem sua marca em suas respectivas épocas, a minha geração está passando, vários artistas fantásticos, mas se continuarmos nos porões, em menos de dez anos essa época será lembrada como a época do emo/happy rock, o que seria uma tragédia.




Eu: Durante esses anos de banda qual foi o momento mais engraçado pelo que passaram e o momento mais tenso?

Roy: Engraçado foi ano passado no Estúdio Emme, na batalha de banda SWU / Oi Novo Som: Demos duas entrevistas: tinha dois camarins, um cheio de comes e bebes, outro com sofás; passagem de som, marcação no palco; um planeta totalmente novo para quem está acostumado a tocar em qualquer boteco, às vezes sem palco, tudo precários. Tocar lá foi um momento muito divertido, e vimos que apesar de ser diferente do resto da galera que tocou, a gente tem mais pegada. Tenso foi esse ano, tocamos na Fofinho Rock Bar, até aí tudo bem, ai uma banda de amigos, a Inflate, chegou para tocar, um pouco atrasados, a organizadora invocou e não queria deixar eles tocarem, apareceram uns seguranças, aparentemente armados, e tivemos que sair fora, bem tenso.




Eu: Por fim, agradeço a você pela atenção e simpatia para esta entrevista. Gostaria de deixar uma mensagem final para os leitores do blog?

Roy: Agradecemos muitíssimo pelo espaço. Parabenizamos ao Neto pela iniciativa e pelo ótimo trabalho que vem realizando. E convidamos todos os leitores a ouvirem nosso trabalho no www.myspace.com/forcepz, ou pesquise Fórcepz no youtube para ver nossos vídeos. E gostaria de pedir ao pessoal que realmente curte Rock para apoiar as bandas do underground, muitas delas não tem uma gravação caprichada, um fotolog cheio de photoshop, mas certamente fazem Rock com alma e vontade, sei que para fazer boa música é necessário muito mais que sinceridade e boa vontade, é necessário talento, conhecimento técnico e bons equipamentos, mas certamente a maioria das bandas que estão no underground com um pouco de apoio podem conseguir isso e muito mais, é do underground que virão os verdadeiros artistas, aqueles capazes de mudar a cabeça das pessoas através de um trabalho vivo e pulsante, pessoas que não abaixam a cabeça diante do tédio e da ignorância que tomaram grande parte do nosso cenário musical. Diga não à mediocridade, precisamos muito de vocês. Obrigado.

www.myspace.com/forcepz

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Reino, Poder e Glória: Amém


Perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
O pão nosso de cada dia, o pão nosso de cada dia...

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu
Glória Espírito Santo


    Que língua você fala? Se é que você fala. Você é algum tipo de anormal? Que vive pra levantar os que caem?

    Ei, você me diria porque o gato luta com o cão? Você vai à mesquita ou à sinagoga? E se nossa fé foi toda depositada em suas mãos e você escreveu o roteiro, por que existem os causadores de problemas?

Como vai você? Como é o sentimento de estar tão alto? E você é feliz? Você nunca chora?

Você cometeu enganos. Mas tudo bem, porque todos nós cometemos. Mas se eu perdoar os seus, você irá perdoar os meus?

Ei, você sente a nossa dor e se coloca no nosso lugar? Você nunca se sentiu faminto? Ou sua barriga está sempre cheia?

Quantas pessoas morrem e se machucam em seu nome? Ei, isso te dá orgulho? Ou te deixa envergonhado?


Thine is the Kingdom and the Power and the Glory
Amen!
Boa Páscoa a todos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

20 anos do Nevermind - O último grande álbum do Rock 'n Roll



    No ano em que se completa 20 anos do lançamento do Nevermind, mais que uma homenagem; uma continência ao último suspiro do rock n' roll nos últimos vinte anos. Era setembro de 1991 quando o trio de Aberdeen - cidade rural no estado de Washington, EUA - mostrou ao mundo um álbum que revolucionaria a música para sempre.


    Recordo-me da primeira vez que pus o álbum pra ouvir. Moro em apartamento e tive um vizinho que gostava muito de rock. Lembro que todas as tardes após o almoço ele colocava seus discos pra tocar em umas sucateadas caixas de som, mas que àquela época faziam um bom estrondo. Era sempre divertido poder estar fazendo alguma coisa em casa e por tabela escutar os bons rock's dos saudosos anos 90.
    Eis que um dia, a convite dele, fui escolher alguns discos e fitas K7 pra gravar. Escolhi duas fitas K7 e não tinha encontrado um CD que eu ainda não tivesse. Encontrei um da capa azul. Um bebê ao lado de uma nota de dólar, imersos na água. Aquilo me chamou a atenção e só por isso resolvi pedir emprestado. Não preciso dizer qual foi o resultado.

    Partindo para um lado mais analítico do Nevermind, podemos dizer que o álbum já começa chutando as cadeiras e o que vier pela frente. Kurt foi um ótimo compositor. As canções são tão boas que entram na nossa cabeça como brasa e não param mais de queimar. "Smells Like Teen Spirit" é uma dessas músicas. Desde o início da repetida progressão de acordes à intrusão estrondosa da bateria, ela atingiu os ouvidos do ano de 1991 como "O que diabos é isso?" - Sombras de metal, tons de punk, uma melodia pop puro no coração dele e, caramba, esse cara parece seriamente maluco! E depois vem o solo, ao invés do genérico viajante, Kurt simplesmente segue a sua linha vocal com a guitarra. Se você está a par desse trecho da música, você deve estar se lembrando de como essa música soa de maneira única.
    Se o Nirvana não tivesse feito nada mais do que "Smells Like Teen Spirit", eles teriam sido os maiores One Hit Wonder de todos os tempos, mas pasmem: Isso é apenas a primeira faixa do CD e há muito mais, tão grande quanto. Cada canção é uma música boa e não há necessidade de pular nada. As três primeiras faixas ainda são enormes na rádio de hoje. "In Bloom" é brutal na bateria, uma linha de baixo doce e um solo de guitarra de Kurt, que é mais frio do que qualquer outra forma de viajar em solos mirabolantes.  "Come As You Are" tem um som próprio, som obscuro com efeitos de refrão pesado e então ela invade a ponte do Nirvana já clássico. "Breed" é como o metal, mas ainda muito punk. "Lithium" é definitivamente um clássico. Então eles levam para "Polly", uma música acústica. É sobre uma história real de uma menina que foi raptada e enganou o babaca que a perdeu de vista e a deixou escapar. "Territorial Pissings" é a música punk de verdade, Dave Grohl espanca os tons fora da bateria e a voz de Kurt é como uma súplica ao anseio de uma geração. "Drain You" é a idéia de Kurt para uma canção de amor, mas é confuso e isso torna as letras muito legais. Há um interlúdio instrumental interessante no meio também. Sempre que ouço alguém dizer-me que humilha Krist Novoselic no baixo (idiotas), eu vos apresento "Lounge Act". Esta linha de baixo é matadora. "Stay Away" também se mostra uma canção punk, os efeitos double caíram como uma luva nos vocais. "On A Plain" é uma grande melodia ainda obscura, soa como uma grande música. Por fim, fecha o álbum com outra melodia acústica que soa como Beatles. "Something In The Way". Belas harmonias vocais, além de que há um teor autobiográfico na música (ainda que haja controvérsias a respeito da veracidade dos fatos) - Kurt dormia debaixo de uma ponte. 


    Eu realmente não consigo expressar em palavras o quão grandioso é este álbum, você só tem a experiência ouvindo e sentindo. Não é metal, não é punk, não é pop - mas ainda assim é todos estes e muito mais. O Nirvana produziu uma verdadeira obra-prima com um presente: As letras de Cobain são muito diferentes do habitual, as guitarras são barulhentas e pesadas mas nunca um eco de porcaria metal, as linhas de baixo são bastante originais e a bateria se mostra incansavelmente por toda parte. 

    Outra razão para o clássico Nevermind se dá por causa de sua influência. Graças a este CD, outras grandes bandas têm o reconhecimento merecido (Pearl Jam, Soundgarden, AIC, etc) e Kurt nunca deixou de dar apoio para as bandas indie que ele amava como os Minutemen, Meat Puppets, The Vaselines, Flipper e outros. O Nevermind de fato gerou uma espécie de renascimento indie e ajudou a fazer rádio audível por um breve período de tempo no início e meados dos anos 90.


    Okay, isso é a glória do passado, mas o álbum é um clássico e nunca deixará de ser. É uma parte essencial da biblioteca de qualquer amante verdadeiro da música.



 
Nirvana tocando um sucesso do Nevermind: "Drain You" (MTV Live and Loud)


   
 

     

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Anos luz

    
 
    Tudo parecia total normalidade até aquele Janeiro. O mártir agora é andar lado a lado com a injustiça.
 
    Veja só; Eu usei martelos feitos de madeira. Eu pratiquei jogos com peças e regras. Eu decifrei truques no bar. Mas agora você se foi, não descobri porque. Eu propus enigmas e piadas de guerra. Eu entendi números e para o que servem. Eu entendi sentimentos, e eu entendi palavras. Mas como você pôde ser levada embora?
 
"A respiração pesada, arrependimentos despertados.
Páginas passadas e dias que poderiam ter sido
passados juntos, mas nós estávamos a milhas de distância.
Toda polegada entre nós agora se torna anos luz.
Não há tempo para ficar vazio ou não passar.
Oh, você precisa aproveitar tudo." (Light Years, Pearl Jam).

    Insisto na tecla da injustiça. O quão injusta a vida se sucede é no mínimo intrigante. É mesmo preciso todo esse processo a fim de um crescimento interior? Às vezes questiono-me se todo esse aprendizado é mesmo benéfico, de alguma forma. 
    Hoje eu sei que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma única vez. Mas chega de lamentações, afinal, o decorrer dos acontecimentos são apenas os percalços para um produto final; quem sabe lá pelos quarenta.

    Um dos maiores anseios pessoais que tenho ainda está em fase de construção; Tudo vai conspirar à nosso favor e eu sinto que já passou da hora disso acontecer. Perdemos muito tempo; em contrapartida, tudo amadureceu e hoje o caminho é fértil. O grande dia está chegando e eu estou muito feliz em saber que não terei que esperar para sempre, ainda que por isso eu esperaria anos luz.

    Ó setembro, que honra para ti celebrar dois anos de uma linda história, hein? De quebra, coroando-me com um dos sonhos realizados... Sou mesmo um privilegiado. Que injustiça que nada.

 
PS.: Aproveito para expressar meus sinceros agradecimentos a todos os que me parabenizaram pelo blog, seja nos comentários, no msn ou mesmo pessoalmente, visto que já recebi vários elogios e incentivos para que continue a escrever. É muito legal ver que de alguma forma minhas palavras vos cativa. Obrigado.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O que ainda não é mesmo belo




    É incrível vermos as consequências de uma personalidade complexa. Justo nós, seres humanos, que somos donos de nossa própria mente. Somos personagens neste imenso teatro da existência que é a vida; apenas peças de xadrez.

    Invadindo um pouco do campo da emoção, a coisa fica ainda pior. Freud dizia que um determinado nível de narcisismo está dentro de nós desde o nascimento. Contestável, porém verdadeiro. Impressiona-me perceber o quão belo é a capacidade de sentirmos as emoções até mesmo quando transcedemos o ideal de real e imaginário.

    Como ousam julgar patológico certos tipos de narcisismo? Ó ceus! Narciso pagou pelo preço da pureza. Rejeitou quem mais o desejava por escolha própria e foi condenado com a cruel maldição da paixão por si mesmo. Ora, se a mente humana é um dos universos mais intrínsecos já vistos, até que ponto vos cabe qualquer tipo de julgamento prévio sobre o que ocorre dentro dela? Desconhecimento de causa?

    Como é sabido, apaixonou-se incontrolavelmente pelo próprio reflexo na água. Não poderia suportar. Mas que prova maior de amor próprio, loucura, insanidade, paixão ou como queiram chamar, consegue ser maior do que morrer por si mesmo? Narciso se via nas águas e nela suicidou-se por afogamento. Ousem julgar patológico e vos desafio ao mito!


    Achar que Narciso foi apenas o ápice do drama insensível e da vaidade entorpecida é viver de olhos fechados para o nosso universo interior.

"Ele mostra, isto sim, a profundidade de um indivíduo que toma consciência de si mesmo." Em si mesmo e perante a si mesmo, ou seja, no lugar onde experimenta os seus dramas humanos."
(Cf.Bibliografia, Spinelli, Miguel, p.99).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Maceió, Alagoas e a tal "Alagoanidade".



    Celeiro de riquezas, berço de paisagens de nos tirar o fôlego e de embasbacar a quem nunca outrora imaginava existir paraíso na terra. Estes jargões que já nos são costumaz não tampam o sol com a peneira e tampouco maqueiam a real situação de nossa cidade e estado.
    Por trás dos nobres edifícios de Ponta Verde estão os focos da miserabilidade da capital mais violenta do Brasil, da capital mais analfabetizada do Brasil, da capital com a pior distribuição de renda do Brasil. Estado marcado por contrastes. Povo desprovido: Educação, cultura, emprego, assistência social e até mesmo um olhar mais humano. Escravos permanentes de uma revolução social capaz de mudar o quadro atual. A população é excluída de quaisquer que sejam os projetos "in loco" - leia-se "relação governo-comunidade" -. Como consequência latente e que nos faz lamentar com grande pesar, a falta de uma "Alagoanidade" se faz presente. Não temos identidade, somos um cartão postal sem nome, como se a imagem não viesse com o nome do lugar grafado na mesma.

    Em meio a tudo isso, ainda é tempo de buscarmos nossa identidade. Somos estado da República Federativa do Brasil e nos mostrarmos dignamente ao nosso país e ao mundo é o mínimo que devemos a fim de permanecermos eternamente gratos pela gentileza do criador quando, no processo de criação do mundo, sentiu que nosso estado precisava ser visto com carinho. Abaixo, um poema que "esculpido em Carrara", traduz a terra dos marechais:

 "Sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas.
Ô São Pedro, pegue o estoque de azul mais puro e coloque dentro das manhãs encarnadas de sol; faça do mar um espelho do céu povilhado de jangadas brancas; que ao entardecer sangre o horizonte; que aquelas lagoas que estávamos guardando para uso particular, coloque-as neste paraíso.
E tem mais, São Pedro: Dê a esse estado um cheiro sensual de melaço e cubra os seus campos com o verde dos canaviais.

As praias... Ora, as praias deverão ser fascinantementes belas, sob a vigilância de ativos e fiéis coqueirais;
Faça piscinas naturais dentro do mar; coloque um povo hospitaleiro e bom; 

E que a terra seja fértil e a comida típica melhor que o nosso maná.
Dê o nome de Alagoas; e a capital pela ciganice e beleza de suas noites,
deverá chamar-se Maceió; A padroeira; Nossa Senhora dos Prazeres."


Grato.

Em Tuas Pupilas



"Quand tu me prends dans tes bras
Quand je regarde dans tes yeux
Je vois que Dieu existe
Ce n'est pas dur croire."

    Antes da tua chegada, eu não tinha os olhos de hoje. Tudo era muito plano, metódico, regrado, desacreditado. Deus não podia existir nessa situação. Eu tinha perdido a esperança. Toalha branca! Era uma sensação de fadiga. Fadiga de beijar sapos em vão.

    E assim você chegou. Devolvendo-me a fé. Não com poemas e presentes, mas sim com defeitos e erros; Porém de pé.

    A vida é uma coleção de recordações. Mas não há nada que eu me recorde tão bem como a você. Desde seus lábios carnudos, o cheiro do seu cabelo ou a cor da sua pele. Não pense que você partirá e eu vou me resignar. Você é a melhor coisa que me aconteceu, entre o mundano e o sagrado. E algo mais.


        Mas com os olhos de hoje, posso ver algo em você, algo entre nós dois, que me faz insistir. Quando olho em suas pupilas sei que Deus não deixou de existir.






sábado, 9 de abril de 2011

O amor do outro mundo



    O cenário parecia mesmo fantástico. Os ânimos e as expectativas eram das melhores. Estar ao lado de quem amamos em um passeio de carro, na estrada, não muito longe. Mal podia imaginar que outro carro viria a impedir nossa passagem. Seu motor estava fundido. Não pude parar. Tentei desviar para a direita... Em vão.

    Como esquecer o som daquela noite? Que aterrorizante! Pneus cantando e os vidros estourando não foram nada perto do que ouvi por último: o seu grito de dor.

    Oh, senhor! Onde estará o meu amor? Por que a tiraste de mim?
Eis que me dei conta. Sim! Ela foi para o céu. Para o outro mundo. Assim, verei o meu amor quando este mundo eu deixar.
    Acordei enquanto a chuva caía. Em volta de pessoas sob olhares compadecidos. Senti um ardor nos olhos, uma sensação jamais percebida outrora. De alguma forma, eu ainda encontrei meu amor naquela noite. Como num sonho, ela olhou para mim e disse: - Me abraçe, querido! Só mais um pouco! -. Eu a abracei e a beijei. O último beijo. Existe maior dualidade do que encontrar um amor que sabemos já ter perdido?

    Bem, agora ela se foi, mesmo eu tendo abraçado-a com força. Foi o bastante para saber que perdi o meu amor e a minha vida, naquela noite.

   
   

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para ti, Amável.

  

    Por que é sempre assim quando recordo-me de tua pessoa? Uma mistura de saudade com nostalgia, um disfarçe aqui e outro acolá, uma felicidade maqueada de tristeza e inconformismo. Recordar é viver?

    É totalmente compreensível a necessidade de sepultar um passado que ainda dói, seja por mágoa ou excesso de felicidade - sim, felicidade suprimida de repente, um verdadeiro caos interior -.

    Ainda hoje nas caladas das noites, me vejo recordando tudo aquilo que vivi, vivemos e vivo. Desde o primeiro contato na primeira calada da noite juntos. A moça era indefesa porém pertinente. Como uma flor na primavera, desabrochou-se. Talvez seu perfume me seduziu. Sua pele clara. Seu anjo precioso. Seu instinto materno. Sua ingenuidade. Sua beleza. Seu eu.
     Amável, você foi, é e sempre será a pessoa mais especial com a qual pude conviver. Talvez nenhuma outra oportunidade me foi tão conveniente e pura como esta, mas acredito que o que não foi recíproco com certeza passará por nova avaliação, da tua parte.

    Creio que lembrarás do dia em que eu te disse: A surpresa é a minha arma predileta. Como não podemos fugir da nossa essência, resolvo proferir alguns dizeres que com certeza por ti serão reconhecidos.

    "Dois corpos unidos em um só sublime e verdadeiro amor.
  Que o sabor ardente e o perfume envolvente de nossos corpos
permaneçam impregnados em nossas almas.
  Permanentemente."

    Se eu disser que até hoje acredito nisso tudo, da mão te segurando, protetora, acalentada e tentadora. Você acredita? 

    Para ti, Amável. Dona... ou simplesmente minha Cachoeira do Sul.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cabelo de anjo e hálito de bebê

Eis que me decido por externar os causos do cotidiano ou simplesmente do que vem constantemente à tona em minha mente. Coincidentemente ou não, dia 5 de abril - que há alguns anos se faz costumaz a tristeza disfarçada - é um dia saudoso. Saudemos a lembrança de duas grandes figuras que, por sua vez, têm imensurável significado em minha vida.

Kurt Donald Cobain. Ex-líder e vocalista do Nirvana. Nos deixou no mesmo 5 de abril de 1994. Fazia o muito com o pouco. Do pouco o muito. Do simples o complexo. Extroversão à flor da pele. Descontava a dor se jogando nas baterias, destruindo as guitarras; Enquanto Layne Staley (ex-vocalista do Alice In Chains) introvertido que era, limitava-se à exclusão, destruindo a si próprio com as drogas, até seu fim trágico também em 5 de abril; de 2002.



Se foram. Suas obras ficaram e é com elas que matamos um pouco da saudade; Que Deus os tenha onde quer que estejam pois sei que aqui, os remanescentes como eu, farão por merecer tamanho legado que nos foi deixado.

Esta foi uma breve homenagem a estes dois ícones da música, para sempre eternizados em nossos corações.


"Cut myself on angel hair and baby's breath
Broken hymen of your highness I'm left black
Throw down your umbilical noose so I can climb right back [...] "

                                                Heart Shaped Box - Nirvana